Narra integra trabalho interinstitucional que será apresentado no VII Congresso da Rede Latino-Americana de Estudos Visuais (ReVLaT)

No dia 30 de setembro, os professores Bruno Leal (Tramas Comunicacionais), Flávio Valle (Cultura Fotográfica) e Nuno Manna (Narra) apresentarão trabalho que discute imagens fotográficas relacionadas aos crimes ambientais de Mariana e Brumadinho, no VII Congresso da Rede Latino-Americana de Estudos Visuais (ReVLaT). O evento será realizado em formato híbrido, entre os dias 27 e 30 deste mês, tendo como base a cidade de Santiago de Querétaro, no México. O trabalho é fruto de uma parceria entre três grupos de pesquisas de Minas Gerais (Narra, Tramas Comunicacionais e Cultura Fotográfica), que compõem a rede de cooperação Linhas.Ele faz parte do atual esforço investigativo da rede a respeito das “catástrofes cotidianas”, a partir do projeto de pesquisa aprovado no edital Pró-Humanidades do CNPq. 

A ReVLaT é uma rede de pesquisadores que trata, de forma crítica e politizada, a relação entre as mais diversas práticas de visualidades e seus contextos sociais e culturais. Em seu VII Congresso, ela se propõe a refletir acerca da ideia de “emergência”, no sentido de urgência e instantaneidade, em articulação com as conjunturas e experiências contemporâneas da América Latina. Visualidades produzidas em contextos de imprevistos, de ações políticas (de resistência e construção) e da iminência de dilemas sociais, serão foco de uma reflexão ampla a fim de estabelecer um olhar crítico para a realidade de nosso subcontinente e possibilitar a projeção de universos que podem vir a se concretizar. 

O trabalho dos professores mineiros é intitulado “Alarmes por Minas Gerais: tensões políticas, temporais e epistêmicas do cotidiano de uma catástrofe”. Ele será apresentado na mesa “Visualizando a nação: transições, disputas e subversões nos imaginários da nação na América Latina”, analisando imagens fotográficas que circularam na mídia brasileira após os crimes ambientais de Mariana e Brumadinho. Observar tais visualidades a partir do conceito de “catástrofes cotidianas” diz respeito a uma investigação do convívio de comunidades mineiras, em regiões de mineração predatória, com a iminência e a tensão relativas a estes acontecimentos. 

A investigação se direciona às relações temporais estabelecidas na produção e circulação dessas visualidades, concebendo essas “catástrofes”, inseridas na experiência cotidiana destes sujeitos, como figura de historicidade que permite refletir sobre processos históricos mais amplos. Sob esta ótica, estas imagens demarcam o potencial disruptivo das catástrofes, no sentido de desnaturalização epistêmica do mundo, uma vez que apontam para os limites de uma compreensão temporal da realidade relativas ao “progresso” e à experiência da modernidade e de um ideal de nação brasileira. 


A apresentação irá ocorrer de forma remota no sábado, dia 30 de setembro, das 11h às 15h. 

Para mais informações a respeito do VII Congresso da RevLat e sua programação, acesse o link: www.revlat.com/congresovii

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